Futuro do Pretérito 2012 - Gincana

Depois que eu fiz a façanha de escrever um post chamado de "retrospectiva" que continha "previsões" para o próximo ano, abortei a ideia de retrospectiva. O quente agora são posts sobre o futuro do pretérito, ou seja, posts que falam sobre o que passou e já projetam o que pode acontecer. Muito mais moderno, certamente.

Pois bem, o assunto hoje é gincana. O que, sob a ótica da Phoenix, fez a diferença em 2012 e influenciará 2013.

***Quem tem amigos nunca está sozinho***

[Pretérito]

Vou abrir esse post falando sobre os amigos da Phoenix. Alguns integrantes de certas equipes fazem grande esforço para diminuir os méritos da Phoenix. Uma ladainha repetida todos os anos é que a gente só ganha por causa dos nossos apoios, que sem eles a gente não é nada. Pois bem, gostaria de deixar bem claro que isso é a mais absoluta verdade! Que sorte da equipe que tiver quem os ajude como nós temos. Que boa ventura poder contar com apoios como aqueles que nós temos. Que coisa maravilhosa poder dizer o nome das equipes que todo vem até São Jerônimo nos empurrar rumo ao topo. Que alegria e que orgulho fazer parte de uma equipe que possui apoios tão bons e tão qualificados.
Quem vê até pensa que tudo foi meticulosamente planejado. Gostaria de agradecer a todos que nos ajudaram nesse ano que passou. Vocês são campeões da gincana de São Jerônimo, aliás, tricampeões.

O mercado dos apoios esteve bem movimentado em 2012, especialmente no final do ano. O surgimento da FSK, e o consequente fim da Shalom e da Kamikaze, abriu novas possibilidades em várias cidades. Quem já estava um pouco descontente aproveitou a aportunidade e foi respirar novos ares. Taquara, Butiá, Portão, Gravataí... para qualquer lugar que se olhe há algo diferente.As equipes de São Jerônimo fecharam várias contratações. A águia rompeu parceria de anos com a Coioty e fechou com a Caipira. A FSK está (re)construindo sua base de apoios e a Phoenix abriu novas frentes com a Mocó em Butiá, Revolução em Vacaria e Equívoco em Parobé.

[Futuro]

A expectativa é de mais novidades para 2013. O assédio/interesse por apoios alheios, que antigamente era feito de forma mais sútil, será mais explícito e agressivo. Para ser mais claro, não fique assustado se o seu rival, que apoia uma equipe inimiga mortal de um apoio seu, ligar para esse apoio sondando possibilidades. Aliás, a Phoenix, dizem, perderá pelo menos um apoio.

As estratégias para fechar novos apoios ou trocar parcerias variam conforme a situação de cada equipe. Equipes que estão vencendo tendem a ser mais conservadoras enquanto equipes que estão perdendo (e cujo grande objetivo é vencer) tendem a ser mais arrojadas. Por exemplo, dificilmente uma equipe que está vencendo iria trocar uma parceria antiga por outra apenas pela possibilidade de talvez fazer algumas tarefas a mais. Porém, uma equipe que está perdendo e quer aumentar suas chances não é tão escrupulosa nesse sentido. A isso chamamos pragmatismo ou real politik (fiz um post sobre isso esse ano).


***Sangue, suor e lágrimas***

[Pretérito]

O sentimento que eu tenho em relação a 2012 é que esse foi o ano em que perdemos completamente a inocência. Quem está nessa a algum tempo sabe que tudo mudou, que o tempo romântico da gincana passou e que temos agora uma competição acirrada em que detalhes fazem a diferença. O fato é que com tanta competição o envolvimento com as equipes ficou intenso como jamais foi.

Esse foi, também, um ano de sentimentos antagônicos. Enquanto comemoramos a primeira vitória da Paranóia em Taquara, choramos as nossas primeiras derrotas em Rolante e Gravataí. Nada muito traumático é verdade, foi chato, mas dentro da normalidade, afinal de contas ninguém vai vencer para sempre. Antes disso tudo estivemos em Minas do Leão para a tradicional abertura do ano gincaneiro, que em 2012 ocorreu no mesmo final de semana da gincana de Vacaria e do casamento do Sympatho. A primeira gincana da Esfinge em 2012 e vitória da Detenidos. Logo na sequência veio Charqueadas com a Racha Cuca e o Adão realizando proezas com um CD. Vitória da TNC e a sensação de que vai ser difícil bater os caras, pelo menos por enquanto.

E, claro, esse foi o ano do tri. Nunca, jamais, nem nos meus sonhos mais loucos, eu imaginaria que a Phoenix iria ganhar a gincana de São Jerônimo por três vezes seguidas. É quase inacreditavel. A gente deveria fazer um DVD...

A organizadora mais comentada do ano foi a Esfinge. A partir da gincana de Taquara não se falou em outra. Para bem e para o mal. Desde de que gincana é gincana sempre tem alguém reclamando do resultado. Em todos os lados que fique claro. E não foi diferente com a Esfinge. Evidente que sempre vai haver alguma tarefa que vai deixar alguma dúvida ou que poderia ter sido melhor elaborada, mas isso é do jogo. Talvez a Esfinge tenha pago um preço que há tempos eu imaginei que pudesse ser cobrado: ser uma organizadora que faz parte de uma equipe de gincana. Essa equipe tem rivais, tem apoios em outras cidades e assim vai... como ficar imune a isso?

A equipe do ano foi a Tatucascalho. E que ano! Ganhou quase tudo o que disputou e se consolidou como uma potência. Claro que isso elevou a rivalidade a níveis nunca vistos. Mas o que será que eles iriam preferir?

[Futuro]

É muito difícil ser organizador de gincana. Por mais que você se esforce, que faça de tudo para não prejudicar ninguém, que seja transparente, sempre vai ter chance de dar algum problema. Há poucas organizadoras no estado, menos ainda de reconhecida competência. Vai ficar cada vez mais difícil conseguir boas organizadoras se a mentalidade do "só é boa aquela organizadora que organizou a gincana que eu ganhei" continuar.
Óbvio que as organizadoras também terão que fazer a parte delas aderindo de vez ao conceito de transparência. Eu sou a favor de que as organizadoras criem mecanismos para demonstrar a lisura da competição.

A quantidade de equipes/apoios/gincanas em que estamos todos envolvidos começará a cobrar seu preço. É complicado dedicar boa parte do tempo livre para as gincanas o tempo todo. Muita gente começa a se questionar se tem que ser desse jeito. Se é tão importante vencer ou, melhor, se todo o esforço para vencer uma gincana se justifica. Talvez, por mais contraditório que possa ser, após toda essa "profissionalização" da gincana poderemos ter uma volta ao low-profile gincaneiro. Mais diversão e menos competição.

Sobre a gincana de São Jerônimo não é difícil falar. Depois de passar anos sendo considerada zebra e sortuda chegou a vez de considerarem a Phoenix como favorita absoluta ao título da gincana. Dessa vez vou discordar. Cada gincana é uma gincana diferente. O fato de termos vencido as últimas três não quer dizer quase nada, claro, dá um indicativo  forte de que estaremos entre as três. Que é a colocação que eu venho dizendo que a Phoenix irá obter desde 2009. Vitória certa? Nem pensar. Até porquê JAMAIS uma equipe venceu quatro gincanas seguidas em SJ, eu disse JAMAIS. A águia é a outra natural candidata ao título. A FSK irá realizar a sua primeira gincana e teremos que aguardar para mensurar as perdas e ganhos da fusão. Medonhos e Poupança dificilmente conseguirão figurar entre as três, é uma pena. Sério. São duas das nossas mais tradicionais equipes e que apesar de todas as dificuldades participam pelo prazer de fazer parte da gincana. Dá para dizer que essas não se entregam nunca.


Fechamento

Realmente ter quem te ajude faz muita diferença, mas, claro, evidente, e isso nossos amigos de outras equipes rivais não gostam de citar, é preciso fazer a lição de casa. Tem equipe que nos dois últimos anos "chupou bala" zerando tarefa que tinha dentro QG e depois saiu por aí dizendo que foi roubada... mas como é mais fácil culpar os outros...

Quem conhece a Phoenix sabe que a gente, desde que começamos a sair para fazer gincanas fora e aprender com outras equipes lá por 2001/2002, acredita que o mínimo de organização é necessário para se ganhar gincana. Que é legal fazer festa, mas antes e depois da gincana, que durante é competição e que a gente participa pensando em fazer o melhor possível. Claro que isso garante vitória nem nos impede de "se matar de rir" durante as tarefas, é apenas o nosso jeito de encarar as coisas.

O ano de 2013 deve ser um ano complicado para a Phoenix. Uma equipe que vem trabalhando intensamente desde 2006, que obteve resultados, mas, por isso, será cada vez mais cobrada e visada pelos seus adversários. Ainda mais com gente ajudando colocando certos comentários no blog... mas sobre isso eu falou no próximo "Futuro do Pretérito"

Até +