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Super Phoenix: agosto 2014

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Ainda há esperança

Esse post foi escrito para parabenizar as equipes de Taquara. Parabenizá-las devido ao exemplo de comportamento que tiveram antes, durante e, principalmente, após a gincana. Não vi, nem ouvi, nem fiquei sabendo, de nenhum problema, falta de respeito, falta de educação ou de falta de bom senso entre as equipes. Se algo houve foi isolado e absolutamente normal em um contexto de centenas, milhares de pessoas.

Quem conhece um pouco da história da gincana de Taquara sabe que a rivalidade é muito grade e conseguir administrar isso pode ser bem difícil, pois muito do que sustenta as gincanas é a rivalidade. Ela precisa existir para impulsionar as equipes, para motivar, para fazer vibrar com o resultado, mas ela precisa ser bem dosada. Quando a rivalidade não é bem administrada ela vira algo muito próximo do ódio e quando odiamos deixamos de pensar e, portanto, emburrecemos. Portanto, a chave está na rivalidade e na brincadeira sadias. Não sei o quanto disso foi espontâneo e o quanto foi uma combinação das lideranças. Independente de como foi achei fantástico.

Tomara que esse espírito se espalhe pelo Estado e que a gente possa participar de gincanas competindo e fazendo amigos, deixando de pré-julgar as pessoas em função da cor da camiseta que vestem. Taquara deu um importante passo e está de parabéns por isso.

ID, EGO, SUPEREGO, INDIVIDUALISMO


Gincanas são eventos sociais por natureza, a interação entre indivíduos é a chave que mantém essa brincadeira viva. Uma gincana é a soma de várias equipes participantes que, por sua vez, são a soma de vários indivíduos que se identificam como uma equipe. Por isso usamos camisetas de cores diferentes.

A partir do evento da integração estadual em que cada equipe passou a ser muitas e cada gincana passou a ser a soma de todas as gincanas que acontecem durante o ano, tudo ficou um pouco confuso.

Eu, como indivíduo, posso agir do jeito que bem entender sem prestar contas a minha equipe ou equipes que são apoiadas por ela?

A minha equipe, como coletivo, pode tomar decisões que violentem o meu pensamento individual?

O grupo de equipes, que atuam juntas em várias gincanas, pode determinar contra os interesses exclusivos de uma das equipes do grupo?

A minha equipe pode decidir contra interesses do grupo? Quem coordena o grupo? Quem vigia os vigilantes?

Há limites individuais que devem ser respeitados? Afinal de contas, há algum limite?

Muitas perguntas, nenhuma resposta.

É muito fácil, em face da competição municipal, essa a verdadeira mãe da rivalidade mais feroz, cair no truque de buscar o mais fácil, ao invés de buscar o que é certo. Tudo fica muito relativo, muito turvo, muito fácil de justificar...

Vale para todos, pois se não valer para todos, não vale para ninguém.

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ID: Constitui o reservatório de energia psiquica, é onde se localizam as pulsões de vida e de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente. É regido pelo princípio do prazer (Psiquê que visa apenas o prazer do indivíduo).

EGO: É o sistema que estabelece o equilíbrio entre as exigências do id, as exigências da realidade e as ordens do superego. A verdadeira personalidade, que decide se acata as decisões do (Id) ou do (Superego).

SUPEREGO: Origina-se com o complexo do Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. (É algo além do ego que fica sempre te censurando e dizendo: Isso não está certo, não faça aquilo, não faça isso, ou seja, aquela que dói quando prejudicamos alguém, é o nosso "freio".)
http://www.psicoloucos.com/Psicanalise/id-ego-e-superego.html


Individualismo é um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade ou ao Estado.

(...)

O individualismo, em princípio, opõe-se a toda forma de autoridade ou controle sobre os indivíduos e coloca-se em oposição ao coletivismo, no que concerne à propriedade. O individualista pode permanecer dentro da sociedade e de organizações que tenham o indivíduo como valor básico - embora as organizações e as sociedades, contraditoriamente, carreguem outros valores, não necessariamente individualistas, o que cria um estado de permanente tensão entre o indivíduo e essas instâncias de vida social.

Segundo Sartre, mesmo dentro do maior constrangimento - político, econômico, educacional ou outro -, existe um espaço, maior ou menor, para o exercício da liberdade individual, o que faz com que as pessoas possam se distinguir uma das outras, através das suas escolhas.

O exercício da liberdade individual implica escolhas, que, nas sociedades contemporâneas, frequentemente estão associadas a um determinado projeto. Indivíduos desenvolvem seus projetos dentro de um campo de possibilidades e dado um certo repertório sociocultural - que inclui ideologias, visões de mundo e experiências de classe, grupos, ethos, dimensões nas quais o indivíduo se insere.

Nas sociedades contemporâneas, uma vez que o indivíduo se constitui na relação com o outro e em função de várias experiências e papéis sociais, participando de vários mundos, a sua personalidade não é um monolito: o indivíduo não é um mas muitos, em função de suas circunstâncias. Uma primeira dificuldade do individualismo seria, portanto, a de definir o indivíduo, destacando-o da esfera do coletivo - que, de certa forma, o constitui e lhe dá sentido.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Individualismo


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Como foi a gincana de Taquara 2014



A gincana de Taquara foi organizada pelo Equipe Logos, velha conhecida dos gincaneiros do Estado e o  Facebook noticiou assim o resultado final da gincana.

RESULTADO DA GINCANA MUNICIPAL DE TAQUARA 2014:
1° Lugar - Paranoia - 35.919 pts
2° Lugar - Laranja Mecanica - 35.696 pts
3° Lugar - Força Tarefa - 35.272 pts
Rainha da Gincana - Força Tarefa
Melhor Desfile - Força Tarefa

647 pontos separaram o primeiro do terceiro lugar. Apenas 223 pontos separaram o primeiro do segundo. Sensacional o resultado, por ele se percebe a paridade entre as equipes. Equilíbrio aliás demonstrado pela Paranoia que fez, talvez, a melhor das suas participações. Somente assim para vencer uma gincana em que qualquer detalhe fez toda a diferença.


A gincana ocorreu dentro do padrão da Logos, não houve grandes surpresas, porém, durante o decorrer da gincana algumas coisas chamaram a atenção dos gincaneiros.

A primeira obviamente foi que o site da organizadora caiu tão logo a gincana iniciou. Durante uma hora foi preciso distribuir tarefas através de pendrives até que o Facebook assumiu o comando da brincadeira. Situação muito semelhante a que ocorreu em Butiá no ano passado. Pessoalmente prefiro as tarefas no site da organizadora, o Face não foi projetado com este fim e fica meio confuso acompanhar por ali, mas, enfim, era o melhor que se podia fazer dentro das circunstâncias.

Outra coisa que percebi, logo no início, foi que a dificuldade para cumprir tarefas, muitas vezes, estava na relação tempo/espaço para cumprir uma tarefa que deveria ser bastante simples. No meio da tarde dois carros nossos foram levar um pessoal para fazer uma filmagem com um pessoal caracterizado. O pessoal saiu dizendo que já voltava e a gente ficou esperando, esperando, esperando, até que eles chegaram e disseram que percorreram 20 KM, SÓ DE IDA, UNS 18 DE ESTRADA DE CHÃO, só para bater uma foto. Quer dizer 40 KM ida e volta. Se algo desse errado, se o tempo fosse curto para percorrer toda essa distância, seria uma correria infernal, em estrada de chão, com um carro cheio de gente, correndo um risco razoável.

Parece que toda a gincana foi nessa linha. Eu estou ficando velho, eu sei, mas, as organizadoras deveriam repensar essa história de tempo, flexibilizar de alguma forma, para tentar evitar que algo de ruim ocorra. Felizmente não fiquei sabendo de nenhum problema.

Os objetos, atendendo a pedido da Liga, deveriam ser divididos em 50% referentes a cidade e 50% livres. Para quem não mora em Taquara ou na região, foi um pouco complicado no início, mas, havia bastante coisa para se ocupar.

Várias tarefas pediam pessoas de idades e nomes diferentes, ou seja, muita correria para conseguir as combinações corretas, e muito grito na porta das casas em plena madrugada. A gente bateu na porta de um tal de Dante, em uma região, segundo soube depois, no limite de onde a gente teria que pedir permissão para entrar ou, pior, pedir permissão para sair. Foi muito grito até um tiozinho, só de cueca, aparece por cima de uma cerca e começa um singelo diálogo
Tio de cueca: "O Dante foi roubado a pouco... está traumatizada e não abre mais a porta para ninguém a noite. vocês querem o quê?"
Mito: "Nós queremos o documento dele"
Tio de cueca: "PARA QUE? "
Mito: "É para uma gincana"
Tio de cueca: "Que gincana? vocês voltem amanhã de manhã."
Mito: "Mas é que a gente precisa...."
Outro do carro: "Ok, ok, voltamos amanhã"

E fomos embora. Tinha um cachorro do tamanho de uma zebra latindo do lado do carro. O tempo todo. Pela conversa deu para ver que já tinha ido um gurizinho até a casa do Dante, no escuro, e avisado "pica a mula que os home vieram te pegar", e o Dante já devia estar embretado no mato. Melhor ir embora.

A gincana prosseguiu assim até o final, com ameça de corte de luz, com polícia multando, com tudo o que acontece em uma gincana desse tamanho.

Em uma conversa com um integrante da TNC surgiram algumas coisas interessantes sobre a correria dos carros.
- Tarefa de correria deveria ocorrer somente em horários de pouco movimento. Assim, se evitaria confusão com carros andando na boa, passeando e um bando de loucos correndo atrás de uma tarefa;
- Para alguns tipos de tarefa colocar horário de início em que a equipe deve estar no local (ela deve, obviamente, matar o local) e lá somente um determinado número de pessoas participa.

Parece simples e pareceu bom. Só não sei se é viável.




Phoenix em Taquara 2014


Taquara é considerada o berço do estilo de gincanas que amamos participar. Pois tem gincana tem em toda a parte, mas não são iguais as nossas. Portanto, em cada canto dessa cidade, cada pessoa, tem detalhes do gênese da coisa. Tu conversa com alguém e o cara fala," ahhhh mas isso foi bem depois, foi no meio dos anos 90..." . Para quem gosta de saber a história por trás dos fatos, é simplesmente demais ir até lá.

Desde o ano passado, a Phoenix tem trabalhado diferente em relação a gincanas. A gente tinha perdido um pouco o rumo, começado a flertar perigosamente com aquela história de "equipe é religião" ou, ainda pior, "equipe é religião e seus integrantes são seus fanáticos", porquê fanatismo leva a um tipo de burrice, de cegueira, que não é bom para ninguém. Então a gente começou lentamente a construir um caminho diferente que pode não dar em nada, mas certamente será um caminho legal de trilhar.

Em Taquara tinha muita gente da Phoenix, acho que tinha mais gente da Phoenix em Taquara do que em São Jerônimo. A ideia é fazer com que o pessoal saiba como é uma gincana fora. Conheça Taquara, a Paranoia, as outras equipes, e entenda por que a gincana de Taquara é importante e o porquê de suas equipes serem gigantes. O negócio é não fazer barulho,  gostei da camiseta que vi o pessoal da TNC usando "mais gincana, menos facebook". É isso, silêncio é ouro.

Foi uma grande experiência e fiquei muito feliz em ver aquele pessoal todo lá, alguns tentando entender como se encaixar e outros, já mais tarimbados, assumindo com naturalidade qualquer missão que a Paranoia nos passasse. Assim tem que ser e assim será.

"Dannnnnnte!!!!" "Dannnnnte!!!" .....


Só pode haver um

There can be only one - Essa é a crença dos imortais apresentados no filme Highlander lá do meio dos anos 80. Só pode haver um.

Infelizmente somente uma equipe poderá comemorar o primeiro lugar ao fim da gincana, felizmente dessa vez foi a Paranoia que pode fazer isso. Eu torço muito por essa equipe, porquê foi a equipe que nos acolheu em Taquara, que nos auxiliou em momentos difíceis e que é muito coerente na forma de conduzir as suas coisas. Uma grande parceira de muitos anos.

Hoje em dia uma equipe não é apenas uma equipe, mas uma rede de pessoas interligadas que se ajudam intensamente, umas mais, outras menos, dentro das suas possibilidades, disponibilidade, capacidade. É uma busca intensa de todos em um grande final de semana. Todas as equipes fazem isso, todas se dedicam ao máximo, todas tem seus méritos e todas tem o reconhecimento de terem feito uma grande gincana e, espero, terem colecionado, além de pontos, histórias de amizade para contar mais adiante. Isso vale mais do que quantos pontos foram deixados na planilha acho eu, pelo menos a longo prazo.

Taquara tem três equipes de alto nível, que competem intensamente e grande rivalidade. Ganhar uma gincana como essa não é pouca coisa.

Parabéns Paranoia!!!!!


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Gincana de Taquara 2014


As gincanas de Taquara me trazem boas recordações. A primeira vez em que ouvi falar que existia gincana fora de São Jerônimo foi quando me contaram uma história da gincana de Taquara e de como as equipes de lá eram gigantes.

No início dos anos 2000, Taquara deu uma parada na gincana municipal. Os motivos foram muitos e quando se pergunta a respeito, percebe-se que se sabe o motivo, mas não se sabe exatamente o porquê. Pode parecer contraditório, mas é assim que funciona quando falamos de algo que gostamos muito, mas que de alguma forma deixou de ser como a gente gostava que fosse.

A partir do momento em que criamos a Phoenix passamos a participar de muitas gincanas, tornar a equipe conhecida era mais difícil naquela época e a gente tinha muito a aprender. Acho que em 2009, eu voltei a conversar sobre gincana em Taquara, na gincana do Cimol. Foi uma coisa especial conseguir colocar um objeto lá. Era tipo fazer um gol no maior estádio do mundo.

Acho que já no ano seguinte a gincana de Taquara voltou e a gente seguiu a parceria, agora com a Paranoia. Os primeiros dois anos foram de organização da equipe e da gincana, a partir do terceiro ano o crescimento foi impressionante. A cada ano a Paranoia ficava maior, mais empolgada e com mais pessoas participando alucinadas o tempo todo.

O ano passado foi bem difícil e, ainda assim, eles quase venceram em Taquara. Em São Jerônimo nos deram uma ajuda muito grande. Torço para que esse ano seja possível ultrapassar o detalhe do quase e que eles comemorem muito no final.

Tomara que seja uma grande gincana, que as equipes brinquem bastante e que domingo a gente tenha um monte de novas histórias para contar.

Taquara nos espera.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Recomeço

Esses dias tive uma boa conversa com um gincaneiro das antigas, o seu Jorge Antônio. A gente não conversava já fazia algum tempo, ainda mais sobre gincana, e daí percebi o quanto a gente meio que vai se distanciando das coisas. Inclusive involuntariamente.

O saldo da conversa foi que a gente está nessa, e continua, muito mais para manter contato com algumas pessoas queridas do que pelo esporte. Esse abandono consciente da competição total durante as 52 semanas do ano nos permite levar as coisas em um ritmo mais leve e aproveitar melhor o caminho. O caminho, todos devem saber, é mais importante que o destino final.

Essa forma de pensar, na verdade uma retomada aos nossos primeiros anos, acabou por nos trazer algumas surpresas bem agradáveis. Desde o ano passado, muitos dos que criaram a equipe, estão se tornando menos visíveis e necessários. A natureza ensina que não há vácuo de função, assim, não sendo extinta a entidade, alguém assume o lugar e passa a tomar decisões e agir. Pelo menos era isso que eu esperava e foi o que aconteceu.

A nossa pequena Phoenix começa a abrigar um pessoal jovem, disposto a assumir responsabilidades e, mais do que sonhar ou projetar, fazer as coisas acontecerem. Tenho certeza de que o aprendizado pelo qual essa galera bem jovem está passado será levado para todas as dimensões ao longo de suas vidas.

É apenas um recomeço e já é bastante coisa.