quarta-feira, 24 de setembro de 2014
Clarividência
Eu não tenho esse poder, bem que eu gostaria. Hoje a noite mais de 40 milhões serão sorteados pela Mega-sena. Oportunidade melhor para usar esse dom não deve haver.
Agora, vou dizer uma coisa, alguma coisa está errada ou a vacina está muito forte. O site da Logos foi derrubado nas gincanas de Taquara e Rolante, logo no início de cada gincana. Ouvi de tudo. Todo mundo queria saber quem tinha derrubado o site, algumas pessoas perguntaram se eu sabia quem estava fazendo isso. Não sei quem foi, mas ouvi muitas especulações a respeito. Uns dizem que teria sido uma pessoa que ofereceu serviço de desenvolvimento de sites para a Logos que teria recusado a oferta. Então, como vingança, essa pessoa estaria derrubando o site. Outros dizem que o site foi derrubado por que possui fragilidades que permitiriam que alguém mal intencionado conseguisse acessar antecipadamente o seu conteúdo, leia-se, ver as tarefas antes dos outros. Terceiros dizem que não é nada disso, é apenas sacanagem de quem quer tumultuar todas as gincanas. A primeira teria motivação pessoal, a última alguém que, inexplicavelmente, gosta de gincana no Face.
Excluindo a primeira e a última teoria, sobra a do acesso antecipado às tarefas. Esse é o eldorado de muitos gincaneiros. Seria uma vantagem considerável, não seria? Essa história de antecipar a organizadora é antiga e apenas evoluiu com a questão da tecnologia. No passado o que se fazia era observar (ou seguir mesmo) a organizadora e conseguir ver o local onde eles estavam largando objetinhos para serem encontrados posteriormente ou onde um vilão/espião/soldado estaria escondido. Nessa mesma época, para antecipar um objeto, o negócio era bater nos possíveis "fornecedores" da organizadora. Bastava saber o que eles andaram comprando de um briqueiro. O problema é confiar em um briqueiro. O que ele quer é te vender, sem compromisso nenhum com a veracidade da informação. O auge dessa antecipação aconteceu com o advento do mercado livre. Durante um bom tempo os organizadores não se deram conta de que poderiam ser suas contas identificados, suas compras rastreadas e registradas em listas. Até hoje temos boatos de que algumas organizadoras tem listas por aí. O que eu acho uma baita falta de cuidado, para dizer o mínimo. Todo mundo está muito ligado nisso.
Em todo caso, em qualquer dos exemplos acima, a organizadora agiu de boa fé e não tinha o objetivo de favorecer ninguém. Tanto que, por exemplo, em São Jerônimo, em 2009, a organizadora zerou uma etapa de rua, pois uma equipe, na sorte pelo que disseram, viu a organizadora deixando objetos no local, foi lá e fez a limpa. Após a reclamação generalizada das outras participantes a organizadora cancelou a etapa, e estava correta. Errada a equipe que, por excesso, ou falta de, malandragem, deixou bem claro para as outras que tinha chegado antes da tarefa ser lançada. O mesmo vale para o mercado livre, que eu duvido que alguma organizadora séria ainda o utilize para montar a lista de objetos de uma gincana. As organizadoras não imaginavam que alguém poderia ter descoberto o seu usuário, por sorte ou competência. A questão é que a conta é aberta ao público, não se precisa violar nenhum segredo, ou seja, ninguém pode ficar brabo por alguém ter lido, e comprado, uma lista aberta de objetos de um suposto organizador (por que tem muitas listas que parecem ser de organizadora mas não são).
Claro que sempre se pode avisar uma organizadora sobre um possível objeto que se imagina que vá sair e, óbvio, a tua equipe não tenha. Nesse caso, porém, corre-se o risco desse ser o único objeto retirado da gincana enquanto os outros, um a um, são solicitados. Porém, como eu disse, organizadoras sérias não fazem mais isso. Se fizerem é muita inocência ou má fé.
As últimas especulações que circulam pela internet dão conta de duas técnicas que são ilegais ou, pelo menos, imorais. A ilegal consiste na invasão de sites de organizadoras e contas de e-mail. Isso é ilegal. É crime. Sujeito a processo, portanto. Quanto ao site, a organizadora pode se proteger evitando postar tarefas antecipadamente. Se ela postar apenas no momento em que elas serão liberadas, se reduz muito a vantagem do possível responsável pelo ataque. A outra é evitar o uso de e-mail, ou pelo menos, de e-mails conhecidos do público. A imoral, bem da imoral pouca coisa pode ser feita. Vou dar um exemplo, só um exemplo, imagine que você é organizador e participa de grupos de objetos das equipes das equipes que você, quando não está organizando, participa como apoio. Você SABE quais são os objetos que estão sendo comprados. Portanto, você, como organizador, está em meio a um dilema moral: SOLICITO um objeto que eu já SEI quem vai entregar ou NÃO solicito aquele objeto justamente por que eu sei QUEM vai entregar? De qualquer forma vocês estará ou ajudando ou prejudicando alguém. Solução? Não participar de grupo nenhum, melhor se envolver o mínimo com isso. Claro que é fácil falar. Não é fácil ser organizador de gincana.
Solução perfeita não existe, sempre vai ter alguém de olho para tirar proveito de alguma escorregada da organizadora. Quanto mais transparente a organizadora for, melhor. Quanto mais clara e firme em suas decisões, melhor. Torço muito para que todas as gincanas transcorram na maior normalidade e que todo mundo se divirta e aprenda a gostar desse viciante passatempo.
Finalizo dizendo que acredito, e temos que acreditar, na honestidade das organizadoras. Elas são a base das gincanas e acho que todas as equipes deveriam colaborar para que elas façam um bom trabalho. Tudo que escrevi nos parágrafos anteriores trata de equipes que, na sua vontade de ganhar, acabam passando dos limites. Da nossa boa vontade depende o futuro das gincanas.
Boa gincana para todos nós!
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário