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Super Phoenix: O que realmente importa

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O que realmente importa


Esse post tentará fazer a reconstituição do que foi o FutPhoenix, o maior clássico do futebol do Suriname realizado no solo sagrado do Suriname Sports Arena com recepção no Suriname Palace, sábado à noite.

[Dos preparativos]

Cheguei a São Jerônimo por volta das 17:00 de sábado, com ensaio já rolando no Suriname Music Hall. Em frente ao nosso suntuoso local de ensaios encontrei alguns companheiros preocupados em cavar um buraco. Pensei comigo mesmo "será que é para assar o porco?!". Logo fui informado que não, não era para o porco, se tratava do seguinte: "cenário pronto, elenco afiado, nada para fazer, resolvemos vir aqui consertar um vazamento". Nada como o ócio.

Nesse mesmo momento sou chamado de lado e me fazem um pedido "O Adão não pode jogar! Ele tem que ficar aqui assando o porco. Ele quer jogar, mas assar porco é demorado. Ele tem que ficar. Libera ele do jogo." Mas como jogar sem o nosso melhor zagueiro? Quem iria botar respeito no adversário? Quem iria liderar a nossa equipe rumo a vitória? Quem iria vigiar o Adão, que iria ficar sozinho com um barril de chopp por mais de uma hora? Dúvidas e mais dúvidas.

A solução, providencial, foi deixar o Beto para dar uma mão para o Adão. Como veremos a seguir, isso salvou a noite e o Suriname Palace.

[Sobre como assar um porco tentando incinerá-lo e afogá-lo ao mesmo tempo]

Assim que cheguei ao setor das churrasqueiras vi o porquê de tanta preocupação, havia um porco de bom porte cortado ao meio sobre uma mesa. Olhando fixo para o bicho, e com seis espetos na mão, o nosso grande assador analisava a melhor forma de colocar aqueles espetos no animal. Por fim o porco ficou tão espetado que jamais conseguiria fugir do fogo. Importante isso. Conversamos longamente sobre a importância do Adão ficar ali cuidando do assado e que, muitas vezes, alguém tem que se sacrificar pelo grupo, etc... A conversa foi mais ou menos essa: Adão - "Me engataram. Não vou jogar, vou cuidar do porco".

Tudo compreendido fui para o jogo tranquilo. O que poderia dar errado?

Bem, cabe aqui fornecer alguns detalhes sobre o nosso setor de churrasqueiras. Como havia previsão de chuva, construímos nossa churrasqueira dentro de uma pequena sala do Suriname Palace. Ficamos protegidos da chuva, porém sem uma chaminé para levar uma eventual fumaça para fora do ambiente. A churrasqueira foi construída rigorosamente dentro das especificações do nosso assador: "42 centímetros de altura. Nem um centímetro a mais ou a menos.". Essa arquitectura permite que o porco seja assado à altíssimas temperaturas, reduzindo drasticamente o tempo necessário para seu preparo. Diz a lenda.

O que relato a seguir ouvi do Beto, durante os festejos pós-jogo.

"Assim que colocamos o porco sobre a churrasqueira percebemos que ele selava completamente a boca do fogo. Certamente isso seria bom, teria que ser, pois a pressão e calor seriam potencializados. O que aconteceu a seguir, porém, foi um tanto quanto inesperado. A medida que o calor aumentava o porco começou a soltar um monte de gordura sobre o fogo o que fez o calor e a pressão amentarem à níveis extratosféricos, resumindo, em poucos minutos o PORCO ESTAVA EM CHAMAS. Prendi o grito: "Adão!!! O porco tá pegando fogo!!!!". O Adão mais que depressa pegou uma canequinha d'água e começou a molhar o porco, mas era pouca água para muito fogo. Resolvi auxiliar o companheiro e durante uns bons dez minutos ficamos os dois sozinhos, lutando contra as chamas. Praticamente afogamos o porco. Surpreendentemente, após esse pequeno contratempo, tudo entrou na normalidade e o porco ficou uma beleza. Torradinho por fora e bem assado por dentro. O problema foi a fumaceira que o princípio de incêndio levantou."

[pré jogo]

Estavamos concentrados, antes do início da partida, na entrada do Surime Sports Arena. Sabe como é. Será que vai dar gente para fazer dois times? Quando a Marília chega com a notícia: "A fumaça que sai do barracão está maior que a do incêncio da Pirelli!". Começamos a temer pelo pior.

Para a nossa surpresa, conforme a hora da partida ia chegando, não parava de aparecer gente para jogar. No final eramos vinte atletas que deveríam ser divididos em dois times, fora a ruidosa torcida. Sucesso absoluto. A divisão dos times foi feita conforme o anteriormente combinado. Time dos velhos (de preto) contra o time dos novos (de laranja). Como sempre tinha gente que não foi nem de preto nem de laranja.

Por sugestão dos velhos a coisa terminou assim. Em uma quadra para jogar 5 na linha e 1 no gol, jogariam 6 na linha e um no gol, mais 3 reservas para cada lado. No total 20 jogadores. Incrível para uma equipe que até pouco tempo teria dificuldade para organizar um gol a gol!


[Jogo]

Os velhos jogaram no tradicional esquema 1-5-1, já os novos jogaram no também tradicional 1-1-5. Aproveitando da velocidade excepcional, para um veterano, apresentada pelo Helinho, contratado para substituir o Adão que ficara assando o porco, os velhos acabaram vencendo a partida na base dos contra-ataques.

Outro destaque da partida foi a torcida que incentivou o tempo inteiro com gritos de "Vai amor, vai amor, vai amoooooooooooor".... E que não poupou críticas aos jogadores do time dos velhos, acusados de violentos.


[pós jogo]

Após a partida os jogadores do time dos novos reclamavam que a barriga dos jogadores do time dos velhos lhes tirava a visão do gol e impedia as suas melhores jogadas. Também reclamaram da inscrição do jogador Helinho no time dos velhos. Dizem que irão entrar com recurso na Liga das equipes. Para eles aviso, temos a certidão de nascimento do Helinho no Suriname e ela data de 22/04/1980. Portanto ele está com 32 anos completos, o que o habilita a jogar para os velhos do Suriname.

A torcida feminina seguiu protestando contra esse que vos escreve até ele chegar em casa. O tempo todo fui acusado de violento injustamente. O problema é que os adversários eram muito rápidos fazendo com que eles fossem atingidos no lugar da bola, só isso.

[Recepção]

Para os padrãos Surimeses a festa do pós-jogo foi algo muito, mas muito, além do esperado. Os trinta litros de chopp foram só um aperitivo para matar a sede do pessoal que compareceu em peso. Foi necessário passar o boné e fazer uma suplementação cervejistica. O porco foi servido a moda bicho e muito elogiado.

Durante a festa, que tinha chopp e dança, o Sandro Mala pediu a palavra e fez um discurso emocionado, pedindo desculpas ao Rodrigo pela mini-caneta que tinha dado no adversário. Esse é o verdadeiro espírito esportivo.

Para acabar de vez com a festa foi organizada uma roda de violão, estava tão boa que o Catupy foi parar embaixo da mesa e o Seco fez backing vocal como nunca foi visto nessa terra.

Um dos vários melhores momentos da noite foi quando o Sandro e o Helhinho olharam para o Adão e suspiraram, "que inveja, que inveja, há anos eu tento tomar um porre desses e não consigo".

[pós festa]

A saída da festa foi tranquila, com direito a escolta policial. Há relatos de alguns incidentes em banheiros, rodovias (sem feridos graças a Deus) e outros menores. Enfim, uma festa de verdade. Demorou cinco anos para brotar... acho que agora dá para dizer que vingou.

3 comentários:

  1. Denúnica: Paparazzos teriam seguido nosso estimado líder até a sua residência, na volta do FestPhoenix, para registrar a sua chegada.
    É muita falta de piedade e compaixão.
    Assim que tivermos as fotos, postaremos no blog.

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  2. pode deixar senhor sandro mala,que essa mini caneta terá volta hehehehe

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