Rolante 2007

Algumas vezes já contei aqui do quanto foi duro o nosso primeiro ano. Olhando em retorspectiva até foi legal que tenha sido dessa forma, ajudou a gente um monte a compreender que ganhar uma gincana não é táo fácil e, também, a respeitar todos os adversários. Apesar da gente brincar com todo mundo, podem estar certos de que todos são igualmente respeitados.

Uma das primeiras providências que tomamos foi buscar apoios em outras cidades, entramos em contato com diversas equipes e começamos a participar de várias gincanas fora para pegar experiência e fortalecer nossos laços com os contatos nas outras cidades. O problema é que a gente só perdia. Éramos os autênticos "chama-derrota". Exagero? Dá uma olhada no nosso cartel, em 2007.

A primeira gincana fora que a gente participou foi em Charqueadas, ajudando a TNC. Em que pese tenhamos terminado a gincana em baixo de um lonão, sob muita chuva. Nada feito. Segundo lugar. Logo em seguida fomos participar da gincana de Minas do Leão, ajudamos DUAS equipes* nessa gincana, ou seja, dentre quatro duas eram nossas, 50% de chance de vitória. Perdemos. Uma ficou um terceiro e outra em quarto.
Depois dessas bolas fora, chegou a hora de subir a serra para a nossa primeira gincana da Enigma. Tudo certo com a Araquã, quer dizer, tudo certo da nossa parte. No dia da gincana, prontos para partir, recebi uma ligação deles avisando que havíamos sido barrados pela Medonhos, pois ambas as equipes eram apoiadas pela Pedrão (apesar do nome coirmãs ainda não existir, o conceito já estava valendo). Bom, pensam que com isso a Araquã se salvou da derrota? Claro que não. Só de pensar em ter nosso apoio já perderam a gincana.
Então surgiu uma boa oportunidade, Três Coroas. Na verdade era apoio da Águia, mas a gente foi até o QG fazer uma visita. Resultado? A Ó perdeu a chance de vencer aquele ano.
* Como tem leitores novos vale a pena registrar que as duas equipes de minas do leão sabiam que eram ajudadas simultaneamente. Quer saber como? Dá uma olhada no histórico do blog e acha o post que conta toda a história (acho que é do início de 2009).

Essas derrotas iam deixando a gente meio desanimado. Sabe como é, de vez em quando é bom vencer. A gincana de São Jerônimo ia ficando cada vez mais próxima, se desse para adiar para dali a três, quatro anos seria ótimo, mas o pessoal da liga não topou. Entramos na gincana cheios de esperança, "vai que dá um terceiro?". Não deu. Tomamos um quinto na cola para aprender a ser mais realistas.

A última esperança de participar de alguma vitória estava na última gincana do ano. Pela primeira vez iríamos até Rolante ajudar a EQTTCI!? que, naquele ano, buscava o bicampeonato. Por precaução a gente evitava comentar sobre as últimas gincanas que havia participado, estavamos naquela linha do "olha só, a gente está só começando, tem muita vontade...." Na verdade mais vontade que talento. O nosso medo era chegar lá e chamar mais uma derrota para a nossa, naquele momento, única parceria confirmada (a gente não sabia como iria ficar em Minas do Leão).
Fomos e tentamos ajudar no que dava. O Jorge Antônio ficou nas charadas e o resto da tropa passou a noite em busca de um raio de maçã e de um banheiro. Épico. As nossas buscas talvez tivessem tido melhor resultado se a gente tivesse três lanternas para uma pessoa e não uma lanterna para três pessoas. O pior é que eu prendi a lanterna no meu pulso e passei a noite sendo puxado pelo braço pelo Adão que dizia aos gritos "olha ali! Ilumina ali! Quem sabe tá ali!".
Foi nessa gincana que surgiu a lenda e o mito do "louco do uno". Lembro especialmente de dois episódios. O primeiro foi um entrega que alguém deu um grito tipo "rápido para o QG central". A gente ouviu e tomou aquelas palavras de forma literal. O Adão saiu cantando pneu no uno e foi pela rua do hospital como se não houvesse amanhã. Havia amanhã e também um quebra-molas que serviu de rampa para a nossa primeira decolagem. Na sequência a gente quase se esborracha na traseira do carro líder da EQTTCI que parou, prudentemente, antes de cruzar uma preferencial. Até hoje vejo o pessoal do carro da frente se encolhendo e esperando pelo pior - tinha uns três na cachorrera da pampa (será que era uma pampa?).
Depois dessa experiência a gente pensou um pouco e chegou a conclusão óbiva que para melhorar o nosso desempenho e, talvez, salvar a nossa vida, o melhor seria conseguir um guia. Conversamos com o pessoal e o Karlo foi a vítima indicada para nos auxiliar. Uns dizem que até hoje o Karlão não conseguiu curar o trauma, pois foi feia a pegada. O uno entrou na contramão indo para Riozinho, pela parte em obras da estrada, e foi até o limite. Para voltar para a pista cortou uns 10 carros, e o Karlo gritando "Vai acabar a estrada! Vai acabar a estrada!" Depois dessa, e de termos atolado o Uno na beira do rio perdemos nosso guia. Ele misteriosamente desapareceu. O que ficou foi a fama do "louco do uno".
No final da gincana o Adão e o Mauro, acreditem, mataram uma tarefa no caminho para São Jerônimo. Pena que já tinham matado antes, mas foi um bom sinal.

Até hoje tenho excelentes recordações dessa gincana e, melhor ainda, a EQTTCI ficou com o troféu de primeiro lugar. Quem sabe esse não era um sinal de que as coisas, finalmente, estavam começando a mudar? Não foi bem assim, mas isso é assunto para algum post sobre o nosso segundo ano.

Nesse final de semana estamos em Rolante como fazemos desde 2007 e tenho certeza que será, como sempre, sensacional.

Isso! Isso! Isso! E qui tu tem com isso!

Até+